sábado, 4 de julho de 2020

Estimativa, Análise e Priorização de Risco (parte 2)

Um fator de risco que tem alto impacto, mas probabilidade de ocorrência muito baixa, não demandará muita atenção.

Riscos de alto impacto, com probabilidade moderada a alta e riscos de baixo impacto, com alta probabilidade, demandarão maior atenção.

O guia PMI/PMBoK (2013, p. 331) apresenta uma matriz probabilidade x impacto, conforme mostra a tabela, que pode ser utilizada, com a explicação:

cada risco é classificado de acordo com a sua probabilidade de ocorrência e impacto, se ele realmente ocorrer, em um objetivo. A organização deve determinar que combinações de probabilidade e impacto resultam em uma classificação de alto risco, risco moderado e baixo risco. Em uma matriz em preto e branco, essas condições são indicadas pelos diferentes tons de cinza.

Na tabela, a área cinza-escura traz números maiores e representa alto risco; a área cinza-médio traz números menores e representa baixo risco; a área cinza-clara, com números intermediários, representa risco moderado.

Matriz de Probabilidade x Impacto

  Probabilidade Ameaças Oportunidades
  0,90 0,05 0,09 0,18 0,36 0,72 0,72 0,36 0,18 0,09 0,05
  0,70 0,04 0,07 0,14 0,28 0,56 0,56 0,28 0,14 0,07 0,04
  0,50 0,03 0,05 0,10 0,20 0,40 0,40 0,20 0,10 0,05 0,03
  0,30 0,02 0,03 0,06 0,12 0,24 0,24 0,12 0,06 0,03 0,02
  0,10 0,01 0,01 0,02 0,04 0,08 0,08 0,04 0,02 0,01 0,01
    0,05/ Muito baixo 0,10/ Baixo 0,20/ Moderado 0,40/ Alto 0,80/ Muito alto 0,80/ Muito alto 0,40/ Alto 0,20/ Moderado 0,10/ Baixo 0,05/ Muito baixo
Impacto (escala numérica) em um objetivo (por exemplo, custo, tempo, escopo ou qualidade) Cada risco é avaliado de acordo com a sua probabilidade de ocorrência e o impacto em um objetivo se ele realmente ocorrer. Os limites de tolerância da organização para riscos baixos, moderados ou altos são mostrados na matriz e determinam se o risco é alto, moderado ou baixo para aquele objetivo.  
Fonte: PMI (2013, p. 331).

Conforme dissemos, a probabilidade de risco pode ser determinada fazendo-se estimativas individuais e depois desenvolvendo um único valor de consenso. Existem técnicas mais sofisticadas para determinação de probabilidades que fazem uso da Estatística para seus cálculos.

Um exemplo de avaliação qualitativa de risco é a avaliação do risco global do projeto, que foi derivada de dados de risco obtidos por levantamento feito com gerentes de projeto de software experientes, em várias partes do mundo. De acordo com Pressman e Maxim (2016, p. 781), essa avaliação consiste em observar as respostas dadas às questões a seguir, as quais estão ordenadas por sua importância relativa ao sucesso de um projeto:

  1. A alta administração e o cliente estão formalmente comprometidos em apoiar o projeto?
  2. Os usuários finais estão comprometidos com o projeto e o produto a ser criado?
  3. Os requisitos estão bem entendidos pela equipe de desenvolvimento e pelo cliente?
  4. Os clientes envolveram-se na definição dos requisitos?
  5. Os usuários finais têm expectativas realistas?
  6. O escopo do projeto é estável?
  7. A equipe de desenvolvimento tem a combinação de aptidões adequadas?
  8. Os requisitos do projeto são estáveis?
  9. A equipe de projeto tem experiência com a tecnologia a ser implementada?
  10. A quantidade de pessoas na equipe de desenvolvimento é adequada para fazer o trabalho?
  11. Os clientes e usuários concordam com a importância do projeto e com os requisitos do produto a ser construído?

Se qualquer uma das questões for respondida negativamente, devem ser providenciados e formalizados com urgência processos de mitigação, monitoramento e gestão. O grau em que o projeto está em risco é diretamente proporcional ao número de respostas negativas dadas às questões.

Todo este conjunto de atividades consiste na Avaliação de Riscos. Esta é uma importante etapa principalmente quando se está diante de um grande número de possibilidades de risco, exigindo esforço adicional de filtragem e priorização.

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