Cenário do mundo corporativo
Mundo dos negócios.
Fonte: Toria/ Shutterstock.
Podemos dizer que, atualmente, estamos diante de um cenário de rara
complexidade no mundo corporativo e na sociedade como um todo. Diversos
acontecimentos e fenômenos econômicos e sociais, de alcance mundial, têm
sido responsáveis pela reestruturação do ambiente de negócios. A
globalização da economia, impulsionada pela TI e pelas comunicações, é
uma realidade da qual as organizações empresariais e sociais não podem
escapar. Com o advento dessa globalização o mundo ficou mais
competitivo, as empresas e os clientes ficaram muito mais ágeis e
exigentes, e passou a ser fundamental para as organizações empresariais
contar com processos automatizados eficientes para apoiar as decisões,
que se tornam cada vez mais difíceis. Certamente não
somente percebe estas mudanças, como sofre diariamente a influência
delas, pois vive em um mundo que lhe oferta novos produtos, frutos das
modernas tecnologias, de forma intensa e constante.
As empresas fazem parte do mundo dos negócios que visa o lucro e o
retorno dos capitais investidos no menor tempo possível. Nesse ambiente
de alta competitividade, as informações assumem um papel importante para
o sucesso das empresas. Com a enorme quantidade de informações que são
geradas e disponibilizadas todos os dias, são necessários critérios para
sua seleção e organização.
Isso porque apenas “saber muito” sobre o negócio não proporciona, por
si só, maior poder de competição para uma organização. As informações e
os dados, quando aliados a um sistema capaz de realizar a sua gestão, é
que começam a fazer a diferença. Assim, a criação e a implantação de
processos que gerem, armazenem, gerenciem e disseminem o conhecimento
representam o mais novo desafio a ser enfrentado pelas corporações.
Termos como “capital intelectual”, “capital humano”, “capacidade
inovadora”, “ativos intangíveis”, “big data”, “plano de contingência” e
“inteligência empresarial” fazem parte do dia a dia de muitos executivos
que estão despertos para essa nova realidade.
Mas é importante ressaltar que dados, informações, conhecimento e
sabedoria são conceitos diferentes. Hoppen e Santos (2015) apresentam o
gráfico da figura abaixo que ilustra estes conceitos. Dados são valores
que quantificam algo capturado da realidade, são a matéria prima da
escala do conhecimento. Informações são os dados agrupados e organizados
de forma a dar sentido aos dados. Conhecimento se refere às informações
de forma contextualizada, de maneira a se poder tomar decisões
inteligentes e raciocinadas com base nelas.
Dados, informações, conhecimento e sabedoria.
A sabedoria indica um conjunto mais complexo de raciocínios
que se baseiam nos dados, informações e conhecimento, ampliando o
potencial das decisões. De acordo com Hoppen e Santos (2015), o gráfico
da figura abaixo apresenta cores cujos significados são:
Azul escuro representa o ser humano com seus sentidos, práticas e vivências.
Laranja representa os elementos potencializadores da inovação.
Verde representa as fases de desenvolvimento do potencial de inovação até a tomada de decisão.
Azul claro indica as ferramentas digitais e
computadores que servem de apoio ao trabalho humano, as quais nos ajudam
a executar tarefas criativas em crescente complexidade.
O dado é um elemento puro, é um valor que
quantifica alguma coisa. Os dados são usados no ambiente operacional e
podem ser registrados, selecionados e recuperados de um banco de dados
ou obtidos das mais variadas formas de documentos. Pode-se citar como
exemplo de dado o valor do faturamento de vendas de uma empresa.
A informação é o dado contextualizado e analisado.
Por exemplo, podemos comparar o faturamento de vendas da empresa na
região Sul (R$ 500 mil) com o faturamento da região Sudeste (R$ 900
mil). Mesmo havendo diferenças numéricas entre os dados, não é possível
dizer qual região teve o melhor desempenho... é necessário estabelecer
um parâmetro de comparação, ou seja, criar a informação. Se a meta para a
região Sul fosse de R$ 200 mil e a da região Sudeste fosse de R$ 5
milhões, ficaria claro que a região Sul foi a que teve um desempenho
melhor!
O conhecimento está relacionado à habilidade de se
criar um modelo que descreva dados e informações e aponte ações a serem
implementadas e as decisões a serem tomadas. A compreensão, análise e
síntese, necessárias para a tomada de decisões inteligentes, são
realizadas a partir do nível do conhecimento. No caso do exemplo do
faturamento da empresa, o conhecimento dos dados e da informação sobre o
baixo desempenho da região Sudeste deveriam implicar em ações
corretivas.
A sabedoria está relacionada à pergunta: o que
você vai ou pode fazer com base nos dados, informações e conhecimentos? A
prática e a experiência proporcionada pelo conhecimento leva à
sabedoria, que torna o gestor mais capacitado a realizar raciocínios
mais complexos. No exemplo da empresa, a sabedoria poderia levar à busca
de soluções inovadoras para aumentar o faturamento.
(Fonte: HOPPEN; SANTOS, 2015)
As informações, para terem ou manterem o seu valor, devem ser
consistentes e ter o mesmo significado para todos os membros da
organização, ou seja, a informação deve ser transformada efetivamente em
conhecimento e distribuída, tornando-se acessível aos interessados. A
informação aplicada torna-se conhecimento e passa a ser um ativo da
empresa, sendo utilizada para definir estratégias de curto, médio e
longo prazos, e não mais apenas um suporte à tomada de decisão. A
sabedoria, fruto da experiência, dá um passo em direção à busca por
soluções mais complexas e inovadoras. Essa realidade já é percebida,
pelo menos em parte, por muitas empresas.
Um grande problema encontrado nas empresas são muitos dados
distribuídos por diferentes sistemas. Por exemplo, caso seja necessária a
emissão de um relatório com informações de um certo departamento que
estão armazenadas em um determinado sistema, cruzando com os dados de um
outro sistema, isso pode se tornar uma tarefa de semanas. Mas,
geralmente, as empresas não podem esperar semanas por um relatório. As
decisões estratégicas devem ser tomadas em pouco tempo, pois o mercado
movimenta-se rapidamente e é muito dinâmico, e qualquer atraso pode
representar grandes prejuízos para uma empresa, implicando até mesmo na
sua perda de competitividade.
Turban et al. (2009), ao definir a dificuldade e a deficiência em se
obter informações nos ambientes corporativos, afirma que a TI tem sido
mais uma produtora de dados do que de informação, relegando a um segundo
plano as estratégias de negócios. Os altos executivos não têm
conseguido usar as novas tecnologias porque não têm acesso às
informações necessárias em tempo hábil e de forma adequada. Assim, como
já dissemos, o uso de sistemas e processos automatizados de gestão do
conhecimento e apoio às decisões se torna essencial.