segunda-feira, 26 de abril de 2021

CMMI

Trataremos do modelo CMMI (Capability Maturity Model Integration), apresentando o modelos CMM, seus antecedentes históricos, e detalhando seu modelo de maturidade e representações.

 

Antecedentes históricos: modelos CMM para qualidade de processo de software

Os modelos CMM (Capability Maturity Model) são construídos a partir do conceito de processo e focam na melhoria dos processos de uma organização. Eles contêm os elementos essenciais de processos efetivos para uma ou mais disciplinas e descrevem uma abordagem evolucionária a partir de processos ad hoc, imaturos, até processos disciplinados e maduros, com melhoria na qualidade e efetividade. Assim, na medida em que a maturidade dos processos evolui em uma empresa, estes passam a ser mais definidos e efetivos.

O CMM é uma marca registrada do SEI (Software Engineering Institute), sediado na Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh, EUA. O SEI é um centro de pesquisa e desenvolvimento patrocinado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O SEI realiza pesquisas em software e problemas ligados à cybersecurity, cria e realiza testes com base em tecnologias inovativas e focaliza a transição para soluções maduras para uso global. De acordo com SEI (2010, p. 17), o instituto criou o primeiro modelo CMM destinado para organizações de software em 1995 e o publicou no livro “The Capability Maturity Model: guidelines for improving the software process”.

De acordo com Royce (2002), o modelo inicial CMM desenvolvido pela SEI era especificamente destinado à maturação de processo de software. No entanto, com sua bem sucedida adoção e uso em diferentes domínios, outros modelos CMM foram desenvolvidos para disciplinas e funções mais específicas como engenharia de sistemas, pessoas, desenvolvimento de produto integrado, aquisição de software, dentre outras. Apesar de muitas organizações considerarem estes modelos úteis, eles também apresentavam problemas como sobreposições, inconsistências e dificuldades de integração. Muitas organizações também encontraram conflitos em processos de auditoria e programas de melhoria de software entre os modelos CMM e as normas ISO 9001.

Além destes problemas, alguns casos de práticas CMM apresentaram semelhanças com o modelo tradicional em cascata, com processos excessivamente baseados em gerenciamento. Isto acabou associando organizações que adotavam modelos CMM aos princípios da mentalidade do modelo cascata, dando-lhes uma conotação negativa.

Em função destes problemas, das implicações econômicas a eles associados e com a disseminação de técnicas de desenvolvimento iterativo e de melhores práticas utilizadas na indústria de software, as organizações foram motivadas a adotar uma abordagem baseada em resultados. Todo este cenário impulsionou o início do projeto CMMI.

O projeto CMMI foi formado para solucionar todos estes problemas, notadamente os resultantes do uso de múltiplos modelos CMM. O CMMI buscou integrar muitas das melhores práticas da indústria, desencorajando padrões de alinhamento com a mentalidade do modelo cascata, fazendo deste um melhor padrão a ser seguido. Mas o projeto não se limitou a reunir diferentes modelos em um único. O time que trabalhou no projeto CMMI construiu um framework que acomodou diversas constelações. A Figura ilustra os modelos que foram criados até se chegar à versão 1.3.

A versão 1.3 iniciou-se em 2008 e em 2010 foram lançados: CMMI for Acquisition, CMMI for Development e CMMI for Services.

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