sábado, 17 de outubro de 2020

Simplicidade

O sucesso repousa sobre a simplicidade. Sofisticação normalmente envolve tempo e, consequentemente, dinheiro. 

 Simplicidade.

 

Por Ilin Sergey / shutterstock.com.

Sempre que for possível, seja simples, não invente, faça primeiro o básico e funcional. Depois de isto feito e o problema resolvido, pode tentar sofisticar, se tiver tempo, mas deixe o simples em funcionamento.

Evite soluções genéricas, pois, em médio prazo, podem provocar um volume maior de atividades para torná-la específica.

Coragem

Fazer o certo pode envolver atitudes positivas e corajosas. Isso envolve aprender com os erros.

Como você se sairia para desmontar o motor de um carro sem qualquer manual de instrução? Tudo bem, você não é um mecânico, mas é um desenvolvedor, então como será seu desenvolvimento sem um projeto definido e aprovado? Muito embora seja um assunto de seu conhecimento, a manutenção ou ampliação deste sistema podem se tornar tão complexos quanto um não mecânico desmontar um motor sem manual nenhum.

A coragem lhe induz a fazer o que precisa ser feito apenas uma vez. Significa deixar o cliente ciente do que está acontecendo, seja bom ou ruim. O medo pode levá-lo a fazer o errado várias vezes. Pode significar ter que jogar um código ruim fora e iniciar novamente a partir do marco zero. Isto pode significar ser mais rápido do que ficar consertando uma situação complicada e mal desenvolvida.

No XP, à medida que o desenvolvimento vai ocorrendo, o código é colocado em prática, antecipando, assim, possíveis dificuldades com a qualidade do código ou lógica usada para o desenvolvimento.

É importante entendermos que tanto o Scrum como a XP aplicam o manifesto ágil, praticando iterações e fornecendo maior visibilidade no desenvolvimento.

Respeito

Respeito é um valor que serve de base para todos os outros. A comunicação entre as pessoas envolvidas em um projeto somente fluirá se um se importar com o outro, respeitando-se mutuamente. Se não houver respeito em um projeto, este estará fadado ao fracasso. Saber ouvir, compreender e respeitar o ponto de vista dos membros da equipe é fundamental para que um projeto de desenvolvimento de software seja bem sucedido, por isso é um dos pilares do XP. 

Respeito

e fornecendo maior visibilidade no desenvolvimento.

 

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Os valores da XP

Comunicação

Entender a real necessidade do cliente nem sempre é fácil. Na maioria das vezes, o cliente não sabe como explicar o que deseja. Neste caso, cabe ao responsável pelo projeto extrair do cliente seus desejos e seus receios, entendendo e organizando sua real necessidade, visando apoiar o seu negócio. A equipe de desenvolvimento e usuários deve manter um canal aberto de comunicação com o cliente. 

 Comunicação

 

Por smilingfresh / shutterstock.com

Imagine um cliente que quer simplesmente uma tela para cadastro, com dados de sua clientela e de fornecedores. Na entrevista, você descobre que os dados também servirão para uma mala direta, o que significa que o campo CEP (Código de Endereçamento Postal) terá que ser validado, e o endereço, obtido a partir dele. A simples solicitação de cadastro mostra-se não ser tão simples assim, e isso somente foi observado pela boa comunicação que surgiu entre as partes para tentar entender a real necessidade do cliente.

É importante ressaltar aqui que o cliente aprende ao longo do desenvolvimento. Uma validação ao final de uma entrega pode inspirá-lo a solicitar novas demandas.

Comentários

O retorno a respeito do que está sendo realizado é de suma importância. Imagine um jogador de basquete que, durante uma partida, arremessa centenas de vezes sua bola. Ao término da partida, ele recebe um feedback lhe informando sua situação. O seu resultado poderá lhe dizer ou que está muito bem nos arremessos ou que precisa melhorar muito, pois sua produtividade está baixa se comparada com os outros jogadores do time ou do adversário. Este feedback servirá de referência para os ajustes.

No desenvolvimento de software, qualquer feedback pode ser importante e decisivo para que se economize tempo e esforço no médio prazo. Portanto, ele deve ocorrer o mais cedo possível.

Mas é importante ressaltar que a avaliação deste retorno deve ser constante ao longo do desenvolvimento. O responsável pelo projeto deve promover e divulgar os resultados e expectativas de todos os envolvidos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

O modelo ágil Extreme Programming (XP)

Este modelo é amplamente utilizado no Brasil e no mundo, porém, não é o único modelo que atende as premissas do manifesto ágil. 
 
O modelo ágil Extreme Programming (XP).
Por rkjaer / shutterstock.com
 

Visão Geral da XP

A XP (Extreme Programming ou Programação Extrema) é uma metodologia rigorosa e disciplinada. É uma filosofia de desenvolvimento de software fundamentada em valores:

  • Comunicação;
  • Comentários;
  • Simplicidade;
  • Coragem;
  • Respeito. 

Programação Extrema

 

Fonte: Febracev

A figura ilustra as práticas, princípios e valores adotados na XP. 

Práticas XP no ciclo Scrum.

Os valores da XP delineiam a forma de desenvolvimento do projeto, os princípios guiam a implementação do software e as práticas devem ser executadas ao longo do processo.

Enquanto o Scrum tem maior foco nas práticas ligadas ao gerenciamento e organização, a XP dá mais atenção às práticas de programação.

A XP baseia-se em práticas alicerçadas em revisão permanente do código, testes frequentes, participação do usuário final, refatoração contínua, refinamento contínuo da arquitetura, integração contínua, planejamento, projeto e reprojeto a qualquer hora.

A combinação Scrum e XP tem mostrado bons resultados em muitas empresas. Para muitos parece ser o casamento perfeito, unindo algo muito bom com algo muito eficiente. No entanto, assim como há recomendações positivas para este casamento, há outros que consideram outros casamentos com o Scrum bem mais apropriados, sem contar que sempre pode surgir uma nova e mais dinâmica ferramenta nesta constante evolução da tecnologia. A figura 42 apresenta uma associação de práticas XP ao ciclo Scrum.


 

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O Scrum nas Empresas

Certamente você já se deparou com situações na produção de algo que o levaram a ter que responder algumas questões, como:

  • Quanto tempo vai levar?
  • Quanto vai custar?
  • Vai realmente valer a pena?
  • É o que é realmente preciso? 

Artefatos Scrum nas empresas.

 

Por jera_art / shutterstock.com.

 São questões relevantes que os consultores tentam responder com segurança para os interessados. Com a tamanha falta de sucesso em implantações e muitos traumas já vividos, pode ser difícil convencer um cliente sobre os reais benefícios ao negócio que o desenvolvimento de um software pode trazer.

Existem muitos desafios enfrentados pelas equipes que aplicam o Scrum. Um deles é: “ é este o framework certo a usar?”

É muito difícil responder perguntas como estas, no entanto, existe algo que podemos afirmar com convicção: o framework Scrum vai expor seus problemas . Você pode decidir não usá-lo no desenvolvimento por diversos motivos, mas com os problemas mais críticos identificados, pode-se considerar que ele já cumpriu sua função.

O Scrum não é uma solução mágica para problemas complexos. Não é a “bala de prata”. Longe de ser uma visão pessimista, é uma visão realista, principalmente porque não é possível controlar totalmente fatores externos e internos com a adoção de um método ágil, simplesmente.

Scrum World Market Share.
Fonte: VERSIONONE.com (2016)

Conta certa estória que, em uma cidade, a principal fonte de renda estava ligada à produção de leite. Então o prefeito, querendo fazer algo que chamasse a atenção de todos para esta atividade, decidiu construir uma fonte de leite. Conversou com todos os produtores e, após ter o seu apoio completo e irrestrito, empreendeu-se a obra. Ao terminá-la, convocou a todos os produtores e solicitou que cada um trouxesse alguns litros de leite para a fonte. Na inauguração, com toda a imprensa local e nacional atenta, acionou a fonte e saiu... água. Por quê? Cada produtor achou que se apenas ele colocasse água, misturado com tanto leite, ninguém notaria. Só que todos pensaram desta forma. Então, ao invés de leite, saiu água.

Cada membro de uma equipe Scrum é importante. Todos têm seus deveres a serem cumpridos e, se apenas um decidir não cumpri-lo, isso pode acarretar um grande prejuízo para todo o time. Daí a necessidade de todos darem o devido valor à sua atividade e prazo, não importando o tamanho de sua tarefa.

De acordo com a Version One (2016), responsável pela publicação do State of Agile Report 2016 , o Scrum representa 58% do mercado ágil, conforme indica o gráfico da figura 38. E muitas empresas brasileiras também estão migrando para métodos de gestão ágil, seguindo a tendência mundial.

Saiba mais     

Para quais empresas o Scrum serve?

É claro, como para qualquer método que se implante para a gestão de uma empresa, ele precisa ser adequado para não gerar conflitos e não acabar prejudicando os negócios.O Scrum pode ser implementado em qualquer empresa, mas alguns pontos devem ser observados.

  • A empresa deve ter em mente que deverá “quebrar” os seus projetos e produtos em etapas de 1 a 4 semanas;
  • A empresa deve ter equipes de trabalho pequenas, de no máximo 7 componentes e de preferência multifuncionais;
  • Com a implementação do Scrum, as equipes e a hierarquia se tornam mais horizontais: isso não deve ser um problema;
  • A base do Scrum é o empoderamento da equipe para se auto-organizar e gerenciar a entrega de tarefas: este ponto deve ser de concordância do empreendedor ou da liderança da empresa;
  • A empresa deve ter ciência que alguns mecanismos de controle podem ser substituídos para se tornar mais ágil.

Fonte: capitalsocial.cnt.br

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Ferramentas de Apoio às Práticas Ágeis

Schwaber e Sutherland (2016, p. 14) afirmam que práticas como burndown , burnup e outras práticas de estimativa têm sido usadas para prever o progresso do desenvolvimento Scrum e que elas têm se mostrado úteis. Mas os autores alertam que não substituem a importância do empirismo, pois em projetos complexos, não se pode prever o que acontecerá. Somente o que já ocorreu pode ser usado para uma tomada de decisão a respeito do que virá.

Além das práticas de estimativas, o Time Scrum também pode utilizar outras ferramentas de controle. A seguir, algumas destas ferramentas e métodos de apoio às práticas ágeis são apresentadas. 

Cartões: Os cartões são mecanismos para registrar os requisitos do projeto em andamento. Uma forma manter os membros do time atualizados sobre o andamento do projeto é a criação de um painel para gestão a vista. A figura ilustra um quadro para o estilo “gestão à vista” utilizando cartões para mostrar o work in progress ou trabalho em progresso. 

Work in progress

.

Fonte: elaborado pelos autores. 
 
Kanban: O conceito Kanban foi desenvolvido a partir do conceito simples de aplicação da gestão visual no controle de produção e estoques. Kanban  significa “cartão visual” em japonês e tem como função primordial viabilizar a produção de algo. A figura ilustra um quadro para controle por meio do Kanban.
 
Estrutura Kanban
 
 
Artigo apresenta o estudo obtido com a experiência da aplicação do método Kanban como melhoria da gestão de projetos de software em uma equipe de manutenção de sistemas, utilizando uma abordagem ágil baseada no Scrum. Clique no link para conhecer o estudo completo:

www.lbd.dcc.ufmg.br 

Gráfico burndown: o burndown chart é uma forma visual e rápida de enxergar o status atual do projeto. Possui uma estrutura simples, em que o eixo X representa os dias da sprinte o eixo Y representa o trabalho restante. A figura ilustra um gráfico burndown .  

Gráfico burndown

 

Fonte: myscrumhalf
 
Gráfico burnup : um burnup chart apresenta informações sobre o andamento do projeto como um todo e não apenas da sprint, como mostra o burndown . É uma ferramenta que permite que o time saiba em que ponto está em relação às entregas e onde precisa chegar em relação às demandas. O eixo horizontal do gráfico mostra o fator tempo e o eixo vertical apresenta o montante de trabalho. Assim, as demandas de trabalho podem ser representadas por horas, pontos ou outro tipo de medida de esforço, de acordo com o que é praticado pelo time.

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Backlog da Sprint (Sprint Backlog)

 De acordo com Schwaber e Sutherland (2016, p. 14),

o Backlog da Sprint é um conjunto de itens do Backlog do Produto selecionados para a sprint, juntamente com o plano para entregar o incremento do produto e atingir o objetivo da sprint. O Backlog da Sprint é a previsão do Time de Desenvolvimento sobre qual funcionalidade estará no próximo incremento e sobre o trabalho necessário para entregar essa funcionalidade em um incremento “Pronto”. Somente o Time de Desenvolvimento pode alterar o Backlog da Sprint durante a sprint.

  O Backlog da Sprint

 

Por Sakaidasan / shutterstock.com.

O Backlog da Sprint fornece um plano com um nível de detalhamento que seja suficiente para que, durante as reuniões diárias, as mudanças no progresso do produto possam ser compreendidas pelo Time Scrum. O Time de Desenvolvimento é responsável pelas alterações no Backlog da Sprint ao longo de toda a sprint, e é desta forma que o Backlog da Sprint vai sendo construído durante a Sprint, refletindo o amadurecimento do Time em relação ao trabalho sendo realizado. Assim, o Backlog da Sprint é uma imagem em tempo real do trabalho que o Time de Desenvolvimento planeja completar durante a Sprint, dando visibilidade ao trabalho do Time.

Sempre que um novo trabalho se torna necessário, este é adicionado ao Backlog da Sprint pelo Time de Desenvolvimento e, na medida em que o trabalho é realizado, a estimativa do trabalho restante é atualizada ou é removido, quando finalizado.

Incremento

De acordo com Schwaber e Sutherland (2016, p. 15), o incremento

é a soma de todos os itens do Backlog do Produto completados durante a sprinte o valor dos incrementos de todas as sprint s anteriores. Ao final da sprintum novo incremento deve estar “Pronto”, o que significa que deve estar na condição utilizável e atender a definição de “Pronto” do Time Scrum. Este deve estar na condição utilizável independente do Product Owner decidir por liberá-lo realmente ou não.

domingo, 11 de outubro de 2020

Modelagem ágil com Scrum

A correta identificação dos campos auxilia a não haver dúvidas no desenvolvimento. O quadro apresenta um exemplo de documentação de um Backlog do Produto .

QUADRO - Exemplo de Backlog do Produto.
Fonte: elaborado pelos autores

Uma documentação um pouco mais completa do backlog do produto pode ser definida por diferentes campos. Uma sugestão dos atributos que podem ser utilizados para gerenciar projetos com Scrum inclui:

  • Identificação : Pode ser um número incrementável ou alguma referência à atual fase de atividades. Deve ser uma identificação clara em que não haja dúvidas para os executores.
  • Backlog do Produto.
    Fonte: RIBEIRO (2013). 
     
  • Descrição : Um descritivo curto que exponha de forma clara a atividade. Deve conter poucas palavras.
  • Importância (Prioridade) : Devemos evitar aqui o termo “prioridade”, amplamente usado, porém dúbio. Dê preferência a uma faixa de referência que seja de fácil compreensão para a equipe. Deve-se deixar sempre uma margem de segurança entre os números para possível incremento durante o processo e não haver dúvidas sobre qual é o mais prioritário.
  • Estimativa inicial : Define a previsão para a realização da tarefa. Esta informação deve ser complementada com a quantidade de pessoas da equipe envolvida com a tarefa.
  • Observações : Quaisquer outras informações que sejam relevantes à equipe, principalmente as que podem agilizar a atividade.

Dependendo da conveniência, podem-se adicionar outros campos, como:

  • Componentes : Informação sobre outras equipes que podem ser envolvidas, identificação do Product Owner, componentes técnicos envolvidos etc.
  • Solicitante : Product Owner ou stakeholder que solicitou o item para que se possa dar feedback .
  • Outros : Qualquer outra informação pertinente ao planejamento.

Deve haver apenas um único Product Backlog e este deve expressar a real necessidade do Product Owner.

Saiba mais   

O Product Backlog representa uma visão do produto, mostrando a sua relação com o negócio e suas funcionalidades.  Esta agregação de valor ao negócio é o motivo básico de se buscar com o Product Owner todas as “estórias” ou informações adequadas ao desenvolvimento.