domingo, 15 de novembro de 2020

Introdução à governança de TI

O tema forte dentro das organizações nos dias atuais é a governança. Eventos marcantes, como as fraudes em resultados e balanços das empresas Enron e WorldCom, a crise financeira nos Estados Unidos, a falência do Banco Santos, a intervenção no Banco Panamericano e as ações da Polícia Federal brasileira com a Operação Lava Jato e seus desdobramentos, apurando denúncias e esquemas de desvios de recursos financeiros da estatal Petrobrás, são exemplos atuais de falta de controle e alinhamento estratégico dentro das empresas para garantir que o processo de governança esteja sendo executado de acordo com os interesses dos acionistas e das entidades de controle (como o próprio governo).

Dentro das organizações, o papel da TI é estratégico e deve ser tratado com a devida importância, definindo controles e clareando a visão do que ela pode trazer de retorno para organização, garantindo conformidade e alinhamento com seus objetivos e metas.

Governança de TI

Governança de TI
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock

Para servir de insumo às decisões estratégicas, a informação precisa ser tratada como um ativo essencial às organizações empresariais. Os aspectos relacionados a informação, tecnologia, análise de riscos e compliance são críticos para o sucesso dos negócios e a competitividade corporativa. Ao tratar deles, na verdade estamos falando de governança de TI. Mas o que é isso?

Para Peter Weill e Jeanne W. Ross (2005), a governança de TI reúne especificações que servem de apoio para a tomada de decisões, estimulando comportamentos e ações adequados em relação ao uso dos recursos de TI. Ou seja, os autores caracterizam governança como um modelo que define os direitos e as responsabilidades pelas decisões que encorajam comportamentos desejáveis no uso de TI.

A Governança de TI é de responsabilidade dos executivos e da alta direção, consistindo em aspectos de liderança, estrutura organizacional e processos que garantam que a área de TI suporte e aprimore os objetivos e as estratégias da organização.

Fonte: ITGI (2007, p. 8).

Ainda de acordo com o ITGI (2007, p. 8),

a governança de TI integra e institucionaliza boas práticas para garantir que a área de TI da organização suporte os objetivos de negócios. Além disso, habilita a organização a obter vantagens de sua informação, de forma a maximizar os benefícios, capitalizar as oportunidades e viabilizar o ganho de poder competitivo.

É claro que podemos encontrar muitas definições de governança de TI, que variam de autor para autor. Mas, em linhas gerais, em sua essência, ela é um conjunto de regras e melhores práticas que, adaptadas à cultura organizacional, servirá para profissionalizar a gestão da TI, visando transformá-la em instrumento de apoio às decisões de negócio.

Assim, a governança de TI garante a capacidade organizacional exercida pela alta direção, pelas gerências de negócios e pela gerência de TI para controlar a formulação e implementação da estratégia da área e, com isso, assegurar o alinhamento entre negócios e TI.

Saiba mais     

No artigo Operação Lava Jato: há limite para a ganância?, publicado no site ERA - Ética e Realidade Atual, Rachel Nigro (2014) afirma:

[...] a confiança sempre foi a moeda mais valiosa na manutenção da ética empresarial e, no fim das contas, do próprio mercado. Valores como honestidade e sinceridade são relativizados apenas em discursos que buscam justificar imoralidades. Não existe uma “ética especial” para os negócios. Existem situações peculiares nos negócios que desafiam as exigências morais, que dificultam a decisão e a ação dos agentes, situações que exigem ponderação, escolha e decisão. Mas as regras são as mesmas: não vale roubar, enganar, mentir. E cada vez mais as empresas se sentem compelidas – pelo bem ou pelas multas – a criar efetivos mecanismos de controle e transparência [...].

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