sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Data Marts

Data Mart(DM), na definição de Machado (2012, p. 45), é um subconjunto de dados do DW que permite acesso descentralizado, servindo de fonte para os dados que comporão os bancos de dados individuais, conforme pode ser visto na figura.

Data Marts e Data Warehouse.

Um ponto a destacar aqui é que o Data Mart pode ser tratado como um projeto-piloto para que a empresa conheça os benefícios da tecnologia antes da decisão de construir um DW.

(Fonte: MACHADO, 2012, p. 46)

Conforme vimos, o projeto do DW pode ser implementado usando uma arquitetura de DMs independentes ou integrados.

Na arquitetura independente, os DMs fornecem suporte à decisão para os grupos de usuários ou departamentos, desempenhando o papel de um DW departamental, sem foco corporativo.

Na arquitetura integrada, os DMs, apesar de serem implementados separadamente por grupos de usuários ou departamentos, são integrados ou interconectados, permitindo uma visão corporativa dos dados.

Vários tipos de implementação dos DMs nas arquiteturas independente e integrada podem ser usados. Vamos tratar aqui apenas duas destas abordagens: top-down e botton-up.

A abordagem top-down consiste em implementar os DMs a partir da implementação do DW. Neste ambiente os dados são resumidos, dimensionados e distribuídos para um ou mais DMs dependentes, como mostra a figura abaixo. Estes DMs são “dependentes” porque eles derivam todos os seus dados de um DW centralizado.

Arquitetura top-down de DMs.
Fonte: <dataprix.net>.

De acordo com Machado (2012, p. 54), as vantagens da implementação top-down podem ser assim definidas:

  • Herança de arquitetura: todos os DM originados de um DW utilizam a arquitetura e os dados desse DW, permitindo uma fácil manutenção.
  • Visão de empreendimento: o DW concentra todos os negócios da empresa, sendo possível extrair dele níveis menores de informações.
  • Repositório de metadados centralizado e simples: o DW provê um repositório de metadados central para o sistema. Essa centralização permite manutenções mais simples do que aquelas realizadas em múltiplos repositórios.
  • Controle e centralização de regras: a arquitetura top-down garante a existência de um único conjunto de aplicações para extração, limpeza e integração dos dados, além de processos centralizados de manutenção e monitoração.

Mas esta abordagem também apresenta desvantagens, e Machado (2012, p. 54) elenca como as principais:

  • Implementação muito longa: os DWs são, normalmente, desenvolvidos de modo iterativo, separados por áreas de assuntos, como, por exemplo, vendas, finanças e recursos humanos. Mesmo assim, são necessários, em média, 15 ou mais meses para que a primeira área de assunto entre em produção, dificultando a garantia de apoio político e orçamentário.
  • Alta taxa de risco: não existem garantias para o investimento nesse tipo de ambiente.
  • Heranças de cruzamentos funcionais: é necessária uma equipe de desenvolvedores e usuários finais altamente capacitados para avaliar as informações e consultas que garantam à empresa habilidade para lidar com as mudanças de competições políticas, geográficas e organizacionais.
  • Expectativas relacionadas ao ambiente: a demora do projeto e a falta de retorno podem induzir expectativas nos usuários.

Já na abordagem bottom-up os DMs são organizados de forma independente, representando determinadas áreas setoriais ou departamentos da empresa e, após sua implementação, parte-se para a construção do DW. Assim, o DW será corporativo, representando o conjunto de todos os assuntos da empresa de forma que o suporte à decisão atue em todos os níveis da organização. A figura mostra esta configuração.

Arquitetura bottom-up deDMs.
Fonte: <dataprix.net>

De acordo com Machado (2012, p. 56), as vantagens da implementação bottom-up são:

  • Implementação rápida: a construção dos DMs é altamente direcionada, permitindo um rápido desenvolvimento. Normalmente, um DM pode ser colocado em produção em um período de seis a nove meses.
  • Retorno rápido: a arquitetura baseada em DM com incremento demonstra rapidamente seu valor, permitindo uma base para investimentos adicionais com um nível mais elevado de confiança.
  • Manutenção do enfoque da equipe: A elaboração de DMs incrementais permite que os principais negócios sejam enfocados inicialmente, sem que haja gastos no desenvolvimento de áreas que não são essenciais ao problema.
  • Herança incremental: a estratégia de DMs incrementais obriga a entrega de recursos de informação passo a passo. Isso permite à equipe crescer e aprender, reduzindo os riscos. A avaliação de ferramentas, tecnologias, consultores e vendedores só deve ser realizada uma vez, a não ser que existam restrições que impeçam o reaproveitamento”.

Mas suas desvantagens, ainda segundo Machado (2012, p. 56), incluem:

  • Perigo de ‘legamarts’: um dos maiores perigos na arquitetura de DW é a criação de DMs independentes. O advento de ferramentas drag-and-drop (clique e arraste) facilitou o desenvolvimento de soluções individuais de acordo com as necessidades da empresa. Essas soluções podem não considerar a arquitetura de forma global. Desse modo, os DMs independentes transformam-se em DMs legados, ou legamarts que dificultam, quando não inviabilizam, futuras integrações. Eles são parte do problema e não da solução.
  • Desafio de possuir a visão de empreendimento: durante a construção dos DMs incrementais, é necessário que se mantenha um rígido controle do negócio como um todo. Esse controle requer maior trabalho ao extrair e combinar as fontes individuais do que utilizar um DW.
  • Administrar e coordenar múltiplas equipes e iniciativas: normalmente, esse tipo de arquitetura emprega o desenvolvimento de DMs em paralelo. Isso pode conduzir a uma rígida administração, tentando coordenar os esforços e recursos das múltiplas equipes, especialmente nas áreas de regras e semântica empresariais.

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