A modelagem ágil pode ser definida como “um framework para o cotidiano”.
 Esta definição de modelagem ágil é uma realidade para as empresas que 
necessitam de desenvolvimento eficiente. A modelagem ágil estabelece um 
conjunto de práticas no desenvolvimento de software que está cada vez 
mais se tornando habitual. Mas, diferente do que muitos pensam, não 
existe um modelo predefinido ou um conjunto de regras a serem adotados. 
Na modelagem ágil, cada equipe, dentro de suas atribuições e 
características dos projetos da empresa, adota uma forma ágil mais 
adequada para atender suas demandas.
Modelagem ágil.
							
 
Por Karashaev / shutterstock.com
Isto quer dizer que, em modelagem ágil, apenas é mostrado o caminho e a 
equipe adota as práticas mais adequadas dentro do conceito ágil.
Se alguém lhe perguntasse qual a diferença entre lei e princípio, o que responderia?
							
Uma das respostas possíveis seria: “Leis são escritas em 
papéis enquanto princípios são escritos em nosso coração e passados de 
geração em geração por nossos familiares”. O mesmo se aplica à modelagem
 ágil: você não vai encontrar leis ou definições para o desenvolvimento 
em modelo ágil, mas encontrará as melhores práticas ou princípios que 
muitos adotam. Se estas práticas lhe serão úteis ou não, depende 
exclusivamente de você e de sua equipe de desenvolvimento. Portanto, não
 há leis preestabelecidas, apenas princípios adotados.
							
Na área de TI existem muitas regulamentações e recomendações. As 
regulamentações estão relacionadas às práticas que devem ser seguidas 
para se obter uma certificação, por exemplo. Já as recomendações são 
boas práticas que podemos ou não seguir, ou, ainda, seguir parcialmente.
 Isso não implicaria em uma certificação.
							Uma das fases importantes da modelagem ágil são as histórias 
contadas, geralmente, pelo responsável por representar o cliente dentro 
da equipe de desenvolvimento. Estas histórias determinarão o caminho 
ideal a ser seguido na modelagem. Elas são apresentadas nos Story-Writing Workshops, oficinas das quais também costumam participar todos os envolvidos que contribuem para o entendimento do produto.
							A modelagem ágil visa colocar em prática o conjunto de valores que o negócio já possui. Vamos imaginar um brainstorm
 em que todas as ideias são apresentadas e depois são colocadas em uma 
sequência desafiadora de ações e procedimentos. A modelagem ágil pode 
começar a ser aplicada desta forma.
							
Por Rawpixel.com / shutterstock.com.
Talvez
 neste ponto você esteja indagando: “até agora falamos de 
desenvolvimento, e nem sequer uma vez falamos de linguagem de 
programação, como isso é possível? E quando vamos falar deste assunto?”.
							
Vamos voltar a um conceito antigo relacionado à lógica de 
programação. Os mais experientes se lembram que, antes de começar a se 
desenvolver um programa, fazia-se um diagrama de fluxo de dados 
estruturado do sistema, desenhava-se o fluxograma e somente então é que 
se iniciava a programação em si. Estes profissionais mais experientes 
entendiam que, se você soubesse passar por estas fases antes da 
programação, a linguagem de programação era um detalhe. Poderia ser 
qualquer linguagem, pois a lógica de funcionamento do programa é a 
mesma. Na modelagem ágil ocorre o mesmo, a linguagem é um detalhe que 
pode ser pensado e adotado depois do entendimento dos requisitos que o 
software precisa atender.
							Não se tem a intenção, com isso, de menosprezar linguagens 
eficientes de programação, mas apenas propor uma quebra de paradigma. 
Esta abordagem tenta voltar aos conceitos antigos, pelos quais o 
programador programava e o analista fazia a análise de dados. Mas não 
menospreza um ou valoriza muito o outro. A princípio, todos os 
profissionais têm condições de atuar com a modelagem ágil, mas devem se 
desvencilhar de conceitos equivocados que, eventualmente, o ambiente 
gráfico tenha imposto a eles.