terça-feira, 23 de junho de 2020

Técnica de decomposição: Estimativa Baseada em Problema

Como uma estimativa de projeto é tão boa quanto a estimativa do tamanho do trabalho a ser realizado, o dimensionamento representa o primeiro grande desafio do planejador de projeto. Para a determinação do tamanho do produto a ser construído, as abordagens mais utilizadas são:

  • abordagem direta (medido em LOC – Lines of Code, por exemplo);
  • abordagem indireta (medido em FP– Function Points, por exemplo).

De acordo com Pressman e Maxim (2016, p. 734), dados de LOC e FP são usados de duas maneiras distintas durante a estimativa do projeto de software: 1) como variáveis de estimativa para dimensionar cada elemento do software e 2) como métricas de referência coletadas de projetos anteriores e usadas em conjunto com variáveis de estimativa para desenvolver projeções de custo e esforço.

Em relação às técnicas de estimativa baseadas em LOC e FP, elas diferem quanto ao nível de detalhe necessário para a decomposição:

  • Estimativa LOC: a decomposição considera que todas as funções podem ser decompostas em subfunções semelhantes a entradas de uma base de dados histórica (quanto maior for o grau de particionamento, mais provável será que estimativas precisas de LOC possam ser desenvolvidas)
  • Estimativa FP: em vez de focalizar a função, é estimada cada uma das características do domínio de informação (entradas, saídas, arquivos de dados, consultas, interfaces externas), bem como os 14 valores de ajuste de complexidade.

Como alternativa, o planejador pode escolher outros componentes para dimensionar, como classes, objetos, casos de uso, modificações ou processos do negócio afetados.

Métricas referenciais de produtividade (por exemplo, LOC/PM ou FP/PM, onde PM=Pessoa por Mês) são então aplicadas à variável de estimativa adequada e o custo ou esforço correspondente à função é derivado. Em seguida, as estimativas de função são combinadas para produzir uma estimativa global para todo o projeto.

A experiência mostra que, frequentemente, há uma variação nos valores das métricas de produtividade de uma organização. Portanto, o uso como referencial de um único valor obtido de uma dada métrica não é recomendável.

O ideal é que a média de cada métrica deva ser calculada por domínio de projeto. Os projetos devem ser agrupados por tamanho de equipe, área de aplicação, complexidade e outros parâmetros relevantes. Em seguida, médias locais dos domínios devem ser calculadas.

No caso de estimativas de um novo projeto, ele deve ser primeiro classificado em um domínio e depois a média da métrica do domínio adequado deve ser usada para gerar a estimativa.

Independentemente da variável de estimativa que é usada (LOC, FP, número de classes, número de casos de usoetc), o planejador começa estimando um intervalo de valores para cada função (LOC, por exemplo) ou o valor do domínio de informação (FP, por exemplo).

Usando dados históricos (ou intuição caso todo o resto falhar), são estimados um valor de tamanho otimista (Tot), um mais provável (Tmp)e um pessimista (Tpess)para cada função ou contagem para cada valor do domínio de informação. Isso possibilita o cálculo de um valor esperado para a variável de estimativa tamanho (T), para cada função (LOC) ou valor do domínio de informação (FP).

Um exemplo de cálculo de um valor esperado para T pode ser a média ponderada:

T = ( Tot + 4Tmp + Tpess ) / 6

Uma vez determinado o valor esperado para a variável de estimativa de tamanho T, os dados históricos de LOC ou PF são aplicados.

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