terça-feira, 30 de junho de 2020

Gestão de Riscos

Conceitos básicos sobre riscos em projetos de software

Estudos e a prática comprovam que uma série de fatores podem ameaçar o sucesso dos processos de desenvolvimento de software. Taxas relativamente altas de projetos atrasados, custos que ultrapassam as estimativas, implementações que não correspondem ao que foi exigido e projetos que são abortados antes da sua conclusão são problemas frequentemente encontrados na área de desenvolvimento de software.

De acordo com levantamento realizado pelo Standish Group, em 2015, dos projetos acompanhados, 29% foram completados com sucesso e 19% fracassaram. A tabela ilustra estes números desde 2011.

Resultados do Chaos Report do StandishGroup

  2011 2012 2013 2014 2015
Successful 29% 27% 31% 28% 29%
Challenged 49% 56% 50% 55% 52%
Failed 22% 17% 19% 17% 19%
Fonte: Hastie; Wojewoda (2015).

Estes números deixam claro que projetos de software envolvem riscos e são esses riscos que podem comprometer o projeto. Assim, é importante entender os riscos e tomar medidas para evitá-los ou administrá-los.

Mas o que se entende por risco?

Segundo Pethia et al. (2000, p. 45), “risco é a medida da probabilidade e severidade de efeitos adversos”.

Riscos de software
 
Fonte: Olivier Le Moal/Shutterstock

Ropponen; Lyytinen (2000, p. 100) definem variável de risco como “um estado ou propriedade de uma tarefa de desenvolvimento ou do ambiente que, uma vez ignorada, aumentará a probabilidade de falha do projeto”.

Pressman e Maxim (2016, p. 779) afirmam que, embora haja debate em relação à melhor definição de risco, há um consenso de que o risco

sempre envolve duas características: incerteza, pois o risco pode ou não ocorrer, ou seja, não existem riscos com 100% de probabilidade; e perda, pois se o risco se tornar realidade, consequências ou perdas indesejadas ocorrerão.

Os autores dizem que quando um risco for analisado, é importante que sejam quantificados tanto o nível de incerteza quanto o grau de perda associados. Para isso, devem ser consideradas as diferentes categorias de risco:

  • Riscos de Projeto: identificam problemas potenciais orçamentários, de cronograma, de pessoal (quantidade e organização), de recursos, de clientes e de requisitos e seu impacto em um projeto de software. Ameaçam o plano do projeto.
  • Riscos Técnicos: identificam problemas potenciais de implementação, de interface, de verificação e de manutenção. Ameaçam a qualidade e a data de entrega do software a ser produzido.
  • Riscos do Negócio: ameaçam a viabilidade do software a ser construído. Os principais riscos do negócio são:
    • Risco de Mercado: construir um produto ou sistema excelente que não interesse a ninguém.
    • Risco Estratégico: construir um produto que não se encaixa mais na estratégia geral de negócios da empresa.
    • Risco de Vendas: construir um produto que a equipe de vendas não sabe como vender.
    • Risco Gerencial: perda de apoio da gerência superior por causa de modificação de enfoque ou de pessoal.
    • Risco de Orçamento: perda de comprometimento orçamentário ou de pessoal.

Ainda segundo os autores, outra categorização possível de risco inclui os seguintes:

  • Riscos Conhecidos: podem ser descobertos após a avaliação do plano de projeto, do ambiente técnico e comercial (prazo de entrega irreal, falta de documentação dos requisitos e/ou do escopo, ambiente de desenvolvimento ruim ou desfavorável etc.).
  • Riscos Previsíveis: obtidos de experiência de projetos anteriores (rotatividade de pessoal, diluição do esforço de pessoal à medida que os pedidos de manutenção surgem).
  • Riscos Imprevisíveis: extremamente difíceis de serem identificados antecipadamente.

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