Antes de prosseguirmos nos conceitos ligados ao BI, convém conceituarmos e definirmos a diferença entre um sistema 
transacional e um sistema de apoio à tomada de decisão.  
De acordo com Terribili Filho (2009), “é no sistema transacional que 
ocorrem as transações de negócio, através dos quais se realizam as 
operações básicas das empresas como compras, vendas, saques bancários, 
pagamentos etc.”. Estes sistemas apresentam como principais 
características alta velocidade no tempo de resposta e baixo volume de 
dados envolvidos na transação. Para estes sistemas, as informações 
históricas não são relevantes.  
Um   sistema transacional   
fornece apoio à execução e monitoramento dos negócios de uma 
organização, gerando e armazenando os dados destas transações 
operacionais. Estes sistemas têm como características básicas alta taxa 
de atualização e acesso pontual a um grande volume de dados, com 
pesquisas que resultam em pequena quantidade de dados. Geralmente são 
sistemas operacionais não integrados, conhecidos como OLTP (  Online Transactional Processing  ),
 que realizam transações, como sistemas de contabilidade, de compra, de 
controle de estoque, de inventário, de folha de pagamento, de controle 
financeiro, além de ERPs e CRMs.  
(Fonte: SILBERSCHATZ et al., 2012) 
 
							
									
ATM.  
Fonte: Dobo Kristian/ Shutterstock.  
 
Os sistemas transacionais manipulam dados que ficam armazenados em 
bancos de dados, gerenciados por um Sistema Gerenciador de Banco de 
Dados (SGBD). Estes sistemas são chamados de transacionais, pois toda 
atualização dos dados é feita dentro de uma “transação”. Essas 
transações podem ser bem sucedidas, resultando na gravação de dados ou, 
em caso de problemas, não são finalizadas, permitindo que o banco de 
dados retorne ao estado anterior, garantindo a integridade dos dados.  
		
		
		Para ficar mais claro o conceito, imagine você diante de um caixa eletrônico, ou ATM (  Automated Teller Machine  ),
 para efetuar um saque de sua conta bancária. Você certamente vai querer
 que a resposta seja muito rápida, não é mesmo? Neste tipo de operação 
(saque), o volume de informações envolvidas é relativamente baixo 
(agência, conta corrente, senha, valor requisitado, saldo disponível e 
limite de cheque especial) e não é necessário que seus dados históricos 
sejam considerados (se você tem financiamentos, há quanto tempo é 
cliente, qual é seu saldo médio dos últimos meses etc.).  
Um Sistema de Apoio à Decisão (SAD) tem características completamente
 distintas de um sistema transacional, pois utiliza “inteligência” para 
efetuar suas transações, como prover informações para se definir uma 
campanha de marketing, elaborar as táticas futuras para o lançamento de 
novos produtos, descobrir qual a melhor estratégia para se aumentar as 
vendas de um dado produto etc. Um SAD geralmente utiliza como 
repositório de dados um DW, que está desvinculado das bases de dados que
 dão sustentação aos sistemas transacionais, também chamadas de   On Line Transaction Processing   (OLTP).  
		
		
Financiamento.  
Fonte: Indypendenz/ Shutterstock.  
 
Novamente, para ficar mais claro, voltemos ao caso da instituição 
bancária. Um exemplo de SAD poderia ser conhecer os potenciais clientes 
para se realizar uma campanha de financiamento de veículos. Neste caso, o
 banco poderia considerar como potenciais clientes somente aqueles que 
já sejam proprietários de veículos, que realizaram algum tipo de 
financiamento com o banco nos últimos cinco anos, cujo saldo médio nos 
últimos 12 meses seja superior a R$ 5.000,00 e com a restrição de que 
sua idade acrescida do prazo de financiamento não supere 70 anos. Para 
se chegar à lista de clientes potenciais para esta campanha, seria 
necessário consultar as informações que estão no DW e não na base de 
dados dos sistemas transacionais.  
Segundo Terribili Filho (2009), em função das particularidades do 
tipo de processamento e de transação, o ambiente dos sistemas de BI deve
 ser dissociado do ambiente transacional, uma vez que no BI as pesquisas
 são mais complexas e há um volume muito maior de informações, das quais
 os dados históricos são de grande importância. Assim o tempo de 
resposta de uma transação de BI pode ser muito mais lento do que o de 
uma operação transacional.  
		
		
Um exemplo interessante de BI é o utilizado pela rede de 
supermercados Pão de Açúcar. Em sua estratégia, o cliente da rede, 
quando efetua suas compras, recebe determinada pontuação como “Cliente 
Mais”, que lhe dá algumas facilidades e benefícios futuros, porém, o 
mais importante para o BI é que o sistema registre o seu histórico de 
consumo no DW.  
							
							
							Assim, a rede pode utilizar esta base de dados para direcionar
 campanhas de marketing como, por exemplo, fazer uma promoção de venda 
de vinhos estrangeiros para clientes que tenham comprado vinhos 
nacionais nos últimos seis meses, acima de uma determinada quantidade. O
 direcionamento da campanha aumenta o nível de retorno, reduz os custos 
de divulgação e tende a aumentar a fidelidade do cliente. Talvez não 
seja uma mera coincidência dizer que o grupo está entre as maiores redes
 varejistas do Brasil.  
Ainda para melhorar as explicações acerca das diferenças entre os 
sistemas transacionais e os SADs, é importante dizermos que 
periodicamente os dados são extraídos dos sistemas transacionais para 
serem armazenados no DW. Para estas operações são utilizadas ferramentas
 chamadas ETL (  Extract, Transform and Load  ), que estudaremos 
mais à frente. Este processo de criação e manutenção dos DWs inclui a 
extração dos dados dos vários sistemas transacionais, a transformação 
(padronização) e sua carga no DW.  
		
		 
                                            
                                                                
                                                                
                                                                
                                                                
                                                                
                                                                
                                                                    
                                                                      
                                                                       “  Empresa:   antigo Grupo Pão de Açúcar, agora GPA, do grupo francês Casino  
Cliente:   Diretoria de Marketing e Diretoria de TI  
Objetivo:   Cada item, de cada caixa, de cada loja, 
de cada bandeira do Grupo podendo ser analisada no dia seguinte pela 
área de marketing e isso ser o cerne de uma operação de inteligência e 
relacionamento poderia trazer novos insights e feedbacks para 
organização, como também alimentar o Programa Mais com detalhes dos 
hábitos de consumo de cada cliente, de forma a nutrir a área de 
Inteligência de Mercado com informação estratégica interna valiosa para 
competir para vencer.  
Objetivo:   Construir e implantar uma solução que 
permitisse à área de Inteligência do Grupo Pão de Açúcar conhecer o 
comportamento de vendas, a partir de cada ticket de venda. Incluir novas
 informações e dar manutenção.  
Solução:   Foi desenhado o modelo de dados e 
implantado o Data Mart de Tickets e seus processos, em conjunto com um 
parceiro, em um processo que carregasse informações de cada venda de 
cada loja do Grupo, armazenando-as em um repositório central (Data Mart)
 para uso da área de Inteligência de Mercado.  
Resultados Alcançados:   Crescimento, mais resultados
 e informações estratégicas para o posicionamento de bandeiras, ofertas 
de produtos e relacionamento com clientes.”  
Fonte: <  brainworks.com.br  >.