Devido à importância da metodologia Balanced Scorecard (BSC) para as organizações modernas, dedicamos este capítulo para tratar do assunto. O BSC evidencia as estratégias da organização, e a área de TI precisa estar alinhada criando um plano tático que leve em consideração as metas definidas pela alta administração em termos de visão, missão, objetivos e indicadores.
Kaplan, Norton e o BSC
Robert S. Kaplan, professor da Harvard Business School, e David P. Norton, presidente da Renaissance Solutions, no artigo The Balanced Scorecard – measures that drive perfomance (Balanced Scorecard – medidas que impulsionam o desempenho), publicado na revista Harvard Business Review, em 1992, lançaram a ideia de medir o desempenho de empresas com apoio não apenas em indicadores contábeis e financeiros.
O principal objetivo de Kaplan e Norton era mostrar as desvantagens de usar apenas medidas financeiras para julgar o desempenho empresarial, incentivando as empresas a medir também fatores como qualidade e satisfação do cliente.
De acordo com Silva Netto e Oliveira (2012), o BSC foi apresentado, inicialmente, como um modelo de avaliação e performance empresarial, porém a aplicação em empresas proporcionou sua evolução para uma metodologia de gestão estratégica. O BSC vem sendo utilizado por centenas de organizações dos setores privado e público e em ONGs no mundo inteiro e foi escolhido pela renomada revista Harvard Business Review como uma das práticas de gestão mais importantes e revolucionárias.
Apesar de ter sido criado para resolver problemas de avaliação de desempenho, o BSC transformou-se em uma ferramenta gerencial e estratégica de sucesso, pois se mostrou muito eficaz para a implementação de novas estratégias nas empresas e na criação de valor para o cliente.
O BSC utiliza, de modo balanceado, indicadores financeiros e não financeiros que estabelecem relações de causa e efeito entre si. Esse balanceamento reflete o equilíbrio das relações existentes entre quatro perspectivas analisadas pelo BSC: financeiro, clientes, processos internos e aprendizado, como pode ser visto na figura.
Quando os quatro conjuntos de indicadores estiverem devidamente equilibrados, de forma que todas as perspectivas estejam alinhadas com a estratégia corporativa, poderão possibilitar um melhor desempenho. A expressão “indicadores balanceados” refere-se ao fato de a escolha dos indicadores de uma organização não se restringir ao foco econômico-financeiro. As organizações também se utilizam de indicadores ligados aos ativos intangíveis, como desempenho dos processos internos, desempenho de mercado junto a clientes, empenho das pessoas, componentes de inovação e recursos de tecnologia. O somatório destes fatores é que levará as empresas ao desempenho desejado, criando, por consequência, valor futuro (KAPLAN; NORTON, 1997).
Segundo Kaplan e Norton (1997), o Balanced Scorecard reflete o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo entre medidas financeiras e não financeiras, entre indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as perspectivas interna e externa de desempenho.
Esse conjunto abrangente de medidas serve de base para o sistema de medição e gestão estratégica, por meio do qual o desempenho organizacional é mensurado de maneira equilibrada sob as quatro perspectivas. Dessa forma, contribui para que as empresas acompanhem o desempenho financeiro, monitorando, ao mesmo tempo, o progresso na construção de capacidades e na aquisição dos ativos intangíveis necessários para o crescimento futuro. Portanto, a partir de uma visão balanceada e integrada de uma organização, o BSC permite descrever a estratégia da empresa de forma muito clara.
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